Pesquisadores da China desenvolveram um novo sistema de guerra eletrônica capaz de criar no radar a ilusão de uma frota inteira de navios de guerra, quando na verdade há apenas uma embarcação real. A tecnologia, testada em simulação digital, foi apresentada em estudo publicado na Revista de Engenharia de Sistemas e Eletrônica, com informações reproduzidas pelo jornal South China Morning Post.
Durante o exercício simulado, um míssil antinavio identificou oito alvos pertencentes à Marinha do Exército de Libertação Popular (ELP). No entanto, o radar havia sido enganado por quatro dispositivos de interferência que geravam sinais falsos, transformando um único navio em uma armada ilusória. O sistema foi desenvolvido por cientistas do Instituto de Pesquisa em Telemetria de Beijing, um contratante da área de defesa aeroespacial.

Esses dispositivos usam um sistema muito simples e de baixo custo para enganar radares inimigos. Mesmo com essa simplicidade, eles conseguem criar sinais falsos que parecem reais, fazendo com que os radares detectem navios de guerra que, na verdade, não existem. Segundo os pesquisadores, isso torna o equipamento uma alternativa muito mais barata e eficiente do que os sistemas tradicionais de defesa, que costumam ser caros e difíceis de operar.
“O segredo está na modulação precisa do conjunto de interferência, que nos permite projetar cenários fantasmas desvinculados da realidade — construindo uma cobertura de interferência enganosa hiper-realista a partir do nada em zonas reais de combate”, escreveram os autores, liderados pelo pesquisador Hu Jijun. “Esses esforços garantirão nossa vantagem absoluta em guerra eletrônica.”
De acordo com o artigo, a principal inovação está na substituição de processadores caros por conversores analógicos simples, que registram e manipulam os dados do radar de forma muito mais econômica. Ao operar em rede, os quatro emissores foram capazes de harmonizar sinais e criar um “ecossistema eletromagnético” simulado que confundiria mísseis guiados por radar.
Os pesquisadores alertam, no entanto, que os testes foram feitos em ambiente digital e não envolveram mísseis reais. Eles também reconheceram que o sistema pode ser vulnerável, especialmente se os projéteis inimigos estiverem conectados em rede, o que aumentaria a capacidade de identificar falsos alvos.
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