O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou no domingo (4) que a presidente do México, Claudia Sheinbaum, recusou uma proposta para receber tropas americanas em território mexicano para combater cartéis de drogas. Segundo a revista Newsweek, a presidente mexicana confirmou o episódio e respondeu em tom firme: “Soberania não está à venda. Soberania é amada e defendida”.
Ao relatar a recusa, Trump atacou diretamente Sheinbaum. “Ela tem tanto medo dos cartéis que não consegue andar, então esse é o motivo”, disse ele em conversa com jornalistas a bordo do avião presidencial Air Force One. “E eu acho que ela é uma mulher adorável. A presidente do México é uma mulher adorável, mas ela tem tanto medo dos cartéis que nem consegue pensar direito.”

O convite de Trump ocorre em um contexto de recrudescimento das políticas de segurança na fronteira. Desde seu retorno à Casa Branca em janeiro, ele assinou uma ordem executiva que classifica diversos cartéis mexicanos como Organizações Terroristas Estrangeiras, equiparando-os ao Estado Islâmico (EI) e à Al-Qaeda. Em abril, publicou ainda um memorando instruindo as Forças Armadas americanas a agirem diretamente na proteção da fronteira sul, incluindo ações para repelir tentativas de entrada ilegal.
Dados do governo americano mostram que, em 2023, mais de 74 mil mortes por overdose foram atribuídas ao fentanil nos Estados Unidos. Já o México, entre 2015 e 2021, viu o número de assassinatos ligados ao crime organizado saltar de cerca de oito mil para 23,5 mil por ano, de acordo com o Mexican Peace Index.
Trump defendeu o envio de militares como forma de conter a violência dos cartéis e o tráfico de drogas e migrantes para o território americano. “Eles são um problema sério. Se o México quisesse ajuda com os cartéis, nós ficaríamos honrados em entrar e resolver. Eu disse isso a ela. Eu ficaria honrado em fazer isso. Os cartéis estão tentando destruir o nosso país”, afirmou o presidente.
Sheinbaum, por sua vez, reforçou a decisão de não aceitar a proposta e destacou que a cooperação entre os países deve respeitar os limites nacionais. “Ele disse: ‘Como podemos ajudar no combate ao narcotráfico? Eu proponho que os militares dos Estados Unidos entrem e ajudem vocês.’ E sabe o que eu disse a ele? ‘Não, presidente Donald Trump’. Soberania não está à venda. Soberania é amada e defendida”, afirmou. “Podemos trabalhar juntos, mas vocês no seu território e nós no nosso.”
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