Nos bastidores, Netanyahu tem criticado a postura de Donald Trump sobre Irã e Síria

Em conversas reservadas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem expressado frustração com a condução da política externa do presidente dos EUA, Donald Trump, no Oriente Médio. Segundo assessores próximos, o premiê considera as declarações do aliado, especialmente sobre Irã e Síria, não têm sido acompanhadas de ações coerentes. As informações são do jornal Israel Hayom.

O descontentamento aumentou diante do apoio explícito de Trump ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para ampliar seu controle sobre o território sírio. É algo que preocupa o Estado judeu, apesar do sinal verde dado pelos EUA para que Israel aja como achar necessário na região. Além disso, o premiê israelense tem demonstrado apreensão com os sinais de abertura da Casa Branca para negociações com Teerã.

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, em 2019 (Foto: Palácio do Planalto/Flickr)

Outro motivo de tensão foi a demissão de Mike Waltz do cargo de assessor de segurança nacional da Casa Branca. Conhecido por sua postura firme em relação ao Irã, Waltz teria participado de discussões com Netanyahu sobre um possível ataque militar iraniano pouco antes de uma cúpula entre os dois líderes, segundo o jornal The Washington Post. O premiê israelense nega que a conversa tenha ocorrido nos termos divulgados.

A substituição de Waltz por Marco Rubio, que acumula a função com a de secretário de Estado, trouxe algum alívio a Israel, já que o sucessor é conhecido por suas exigências duras em relação ao Irã. Ainda assim, o desconforto persiste sob o argumento de que Trump tem sido flexível demais com o Irã, concedendo ao país a possibilidade de usar energia nuclear ante a garantias de que não a empregará para fins militares.

O presidente norte-americano anunciou na semana passada que Waltz será indicado como embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas. A troca de funções ocorre em meio a outro episódio embaraçoso para a administração Trump: o escândalo da conversa secreta em que altos membros do governo, incluindo o próprio Waltz, discutiram planos militares em um chat sem segurança digital e com a presença de um jornalista.

O caso veio à tona após o editor da The Atlantic, Jeffrey Goldberg, ser acidentalmente incluído na conversa. Durante o diálogo, foi revelado que Israel teria fornecido a inteligência que levou à morte de um alto comandante dos Houthis no Iêmen. A responsabilidade pela inclusão de Goldberg foi atribuída a Waltz, episódio que teria acelerado sua saída do cargo.

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