VÍDEO: aluna retorna à escola após tratamento contra câncer e é recebida com festa por colegas no interior de SP


Elisa Estácio, de 7 anos, fez cirurgia para retirar um tumor cerebral. Para arcar com os custos, família fez campanha e arrecadou 240 mil reais em dois dias, disse mãe. Aluna retorna à escola após tratamento contra câncer e é recebida com festa por colegas
Elisa Estácio, de 7 anos, foi recebida com festa pelos colegas da escola municipal em que estuda no bairro Jardim do Lago, em Limeira (SP), após retornar do afastamento para tratar um tumor cerebral.
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O vídeo, feito nesta terça-feira (22) pela mãe de Elisa, mostra alunos, professores e servidores comemorando a volta da aluna, que não frequentava as aulas desde o final de 2024.
O caso
Elisa foi diagnosticada com Glioma pontino intrínseco difuso infantil (DIPG) em outubro de 2024, informou a mãe Jéssica Estácio, de 32 anos. Saiba mais sobre o tumor abaixo. 👇
Na época, Elisa apresentou sintomas semelhantes aos de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), como convulsões e paralisia do lado esquerdo do rosto. Por conta disso, ficou dez dias internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Lá, constataram que houve sangramento no cérebro e que ela tinha um tumor na região.
Elisa Estácio, de 7 anos, no dia em que retornou à escola em Limeira (SP)
Jéssica Estácio/Arquivo pessoal
‘Vaquinha’ para tratamento
Jéssica contou ao g1 que o plano de saúde de Elisa não incluía a cirurgia para retirada do tumor. Assim, a família organizou uma arrecadação online para juntar 200 mil reais, valor necessário para bancar o tratamento inicial.
“Começamos a vaquinha no dia 16, uma segunda-feira, às 16h. Na quarta-feira, dia 18 de dezembro, às 8h da manhã, a gente tinha o valor de 240 mil arrecadado para fazer a cirurgia… Foi um milagre! Naquele dia, eu fiz o pagamento do hospital e dos médicos e agendamos a cirurgia”, afirma Jéssica.
A cirurgia foi feita em 22 de dezembro em São Paulo (SP). Jéssica conta que, com a ajuda dos médicos, conseguiu uma vaga pelo SUS para que Elisa fizesse o tratamento gratuito no Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC).
Durante o processo, Elisa teve apoio da família e amigos, incluindo alguns da escola em que estuda. Os cabelos deram lugar às perucas e lenços, mas não por muito tempo.
“Ela sofreu quando caiu o cabelo. Ficou com vergonha. Perguntei se ela queria que eu raspasse meu cabelo para que nós duas ficássemos carecas. Ela olhou pra mim e disse ‘Não vai fazer diferença. Eu sou eu, você é você’ e ela aceitou a peruca, a touquinha. A gente dá o tempo dela e ela lida muito bem com isso”, afirma a mãe.
Elisa e a irmã, Sofia Estácio de 11 anos
Jéssica Estácio/Arquivo pessoal
Cura considerada pela família
Jéssica Estácio considera que a filha foi curada. Após a cirurgia, a criança fez 30 sessões de radioterapia.
“Passamos na médica dia 3 de abril. Ela pôs a imagem do exame e comparou o de janeiro com o de agora. Tanto da coluna, quanto da cabeça e falou assim ‘Cadê o tumor?’. Ela não conseguia ver o tumor… Pela medicina, não podemos falar que ela está curada porque existe um tempo de acompanhamento […] mas a melhora dela foi significativa, muito boa, um milagre!”, afirma Jéssica.
Elisa tem tomado imunossupressores orais e realizado acompanhamento de rotina. A menina, que adora jogos de raciocínio lógico, ler e colorir, contou para a mãe que deseja ser professora da escola em que estuda ou médica do GRAACC.
Elisa Estácio
Jéssica Estácio/Arquivo pessoal
Câncer infantil raro
O Glioma pontino intrínseco difuso infantil (DIPG) é um tumor que acomete o tronco cerebral, parte acima da nuca que se conecta à medula espinhal. O DIPG é considerado raro e afeta mais crianças. O crescimento é rápido e os sintomas variam de acordo com a região que ele acomete no cérebro. A criança pode apresentar:
problemas de movimentação, visão, fala e mastigação;
dor de cabeça;
náuseas e vômitos;
fraqueza nos braços ou pernas;
perda de equilíbrio e dificuldade para caminhar;
mudanças de comportamento;
dificuldade de aprendizagem na escola.
O diagnóstico é feito com acompanhamento médico e exames de imagens, como ressonância magnética.
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