A Human Rights Watch (HRW) alertou nesta semana para o fato de Fifa (Federação Internacional de Futebol) ainda não ter dotado um plano efetivo para proteger crianças contra abusos e exploração durante a Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos EUA, no México e no Canadá. A entidade também criticou a ausência de uma política específica para o Mundial de Clubes, que começa em dois meses e servirá como teste para o torneio do ano que vem.
Entre os riscos apontados estão tráfico de pessoas, exploração sexual, trabalho infantil e deslocamento de famílias. O alerta foi reforçado pelo relatório Keeping the Game Safe, elaborado pela Clínica de Direitos Humanos da Universidade de Miami e pelo Centro para Esporte e Direitos Humanos, que recomenda medidas como treinamento obrigatório para proteção infantil e a presença de profissionais especializados em todas as sedes.

A promessa de desenvolver protocolos de proteção às crianças foi feita pela Fifa em 2018, quando a candidatura conjunta de EUA, México e Canadá venceu a disputa para sediar a Copa. Sete anos depois, porém, o compromisso permanece sem implementação, e especialistas apontam que a entidade tem enfraquecido sua política de direitos humanos.
“Os organizadores de eventos devem implementar treinamentos obrigatórios sobre proteção, padrões vinculativos de proteção à criança, designar agentes de proteção treinados e experientes em cada local e cidade-sede e implementar um sistema centralizado de relatórios”, diz a HRW. “Os locais devem ter um design centrado na criança e proteções rigorosas contra o trabalho infantil.”
A entidade destaca, ainda, que a Fifa tem diluído sua política de direitos humanos, falhando em apresentar diretrizes uniformes para as 16 cidades-sede nos três países. A falta de um plano centralizado e obrigatório levanta preocupações sobre a capacidade de prevenir abusos em um evento que deve atrair milhões de pessoas e gerar bilhões de dólares em receita.
“É essencial que a Fifa estabeleça uma política uniforme de proteção infantil, válida para todas as cidades-sede nos Estados Unidos, México e Canadá”, afirma o documento. “A Copa do Mundo de 2026 precisa elevar o padrão dos direitos das crianças, não rebaixá-lo”.
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