Grupo Comporte vence leilão de linhas da CPTM que atendem o Alto Tietê


Empresa vai operar as linhas 11-Coral, 12-Safira, que cortam as cidades da região e a linha 13-Jade, chamada de Lote Alto Tietê. Leilão das linhas da CPTM acontece nesta sexta-feira
O Grupo Comporte venceu o leilão de concessão das linhas 11-Coral, 12-Safira, que cortam cidades do Alto Tietê, e a linha 13-Jade, chamada de Lote Alto Tietê, que aconteceu na tarde desta sexta-feira (28), na sede da B3, no Centro de São Paulo.
A empresa vencedora ofereceu desconto de 2,57% sobre as contraprestações que o governo estadual deverá pagar ao concessionário. O montante máximo foi calculado em até R$ 1,49 bilhão ao ano.
De acordo com o edital, a concessão de 25 anos prevê R$ 14,3 bilhões de investimentos, segundo a Secretaria Estadual de Parcerias em Investimentos (SPI). O valor investido deverá trazer melhorias na infraestrutura das três linhas leiloadas, que juntas transportam 830.000 passageiros diariamente.
A CCR, que saiu derrotada da disputa, ofereceu 1,45% de desconto. Como a diferença entre as propostas foi acima de 20%, não houve nova rodada de lances. O Grupo CCR, por meio da Viamobilidade, já administra duas linhas de trem em São Paulo: Esmeralda e Diamante.
A Comporte atua no setor de transportes rodoviários em 12 estados e no Distrito Federal. Ela opera o metrô em Belo Horizonte, desde 2022, e o VLT da Baixada Santista como parte do consórcio BR Mobilidade. Em 2024, o grupo também venceu o leilão do consórcio C2 da Linha 7-Rubi que é da CPTM.
Na terça-feira (25), o governo paulista divulgou que o grupo CCR, que inclui a Via Mobilidade, e o Grupo Comporte Participações S.A foram as únicas empresas que apresentaram proposta para o leilão de linhas da CPTM na capital paulista.
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Investimento
De acordo com Augusto Almudin, diretor de Assuntos Corporativos da Companhia Paulista de Parcerias (CPP), da SPI, o objetivo do governo estadual com a concessão é modernizar e expandir as linhas.
“Então, por exemplo, a linha 11 a gente está prevendo a reforma de todas as estações existentes. Então, todas vão ter acessibilidade, todas vão ter cobertura de plataforma, cobertura de passarela, monitoramento com câmera e todas vão ter extintas também suas passagens em nível. Em Mogi das Cruzes isso é um tema relevante, porque existem mais de quatro passagens em nível depois da estação Jundiapeba”.
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Atualmente, as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda são concedidas à ViaMobilidade e agora são concedidas as linhas 11, 12 e 13. O próximo projeto da Secretaria de Parcerias e Investimentos abrange as linhas 10 e 14 da CPTM.
Linha 12-Safira será extendida até a estação Suzano da CPTM com o edital de concessão
Vinícius Silva/TV Diário
Intervenções previstas e funcionamento do leilão
Atualmente, as linhas 11, 12 e 13 somam 102 km de extensão e possuem 29 estações em operação. Com a parceria público-privada (PPP), a concessionária responsável terá que construir, ao todo, 22,6 km de via — totalizando 124,6 km — e oito novas estações — que chegarão a 37.
Segundo o secretário Rafael Benini, da SPI, a previsão é que a transição operacional das linhas leve dois anos (24 meses), período no qual serão realizados treinamentos e operação assistida pela CPTM.
A atuação da concessionária será regulamentada e fiscalizada pela Artesp, a Agência de Transportes do Estado de São Paulo. Caberá a ela extinguir a concessão, nos casos e condições previstos em lei e no contrato a ser firmado.
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Segundo Almudin, após o resultado do leilão, há um cronograma de 90 a 100 de condições para assinatura do contrato de concessão. Portanto, no meio do ano a gente vai conseguir assinar o contrato de concessão. Uma vez assinado, já começam os prazos previstos no contrato.
A extensão até César de Sousa está prevista para ser entregue até a segunda metade de 2030, quando ela deve estar em operação. Almudin também detalha quais serão os próximos passos do processo de concessão após o leilão.
“Quando assina o contrato, começa tanto a fase de transição, que é quando a concessionária vai fazendo os treinamentos necessários para assumir a operação das linhas, elaboração de projeto, depois execução das obras também necessárias contratualmente previstas. Assinado o contrato de concessão, é iniciada uma fase de transição, pré-operacional, que dura 24 meses. Ao longo dessa fase, quem opera a linha, efetivamente, é a CPTM, nos primeiros 12 meses. Depois, a concessionária assume a operação da linha e a CPTM faz uma operação assistida nos outros 12 meses, por isso que a transição dura 24 meses. Na sequência, entra a operação comercial plena, em que a concessionária opera sem qualquer tipo de auxílio da CPTM”.
Além disso, Almudin afirma que, ao longo do período de transição, a concessionária deve realizar os projetos necessários e as autorizações de todos os órgãos necessários para que, assim que possível, já começar a realizar obras para concluir o cronograma.
🚉 Linha 11 – Coral
Na linha 11-Coral, atualmente a CPTM transporta em média 520 mil passageiros por dia útil. Em 2040, estudos de demanda apontam que essa demanda vai aumentar para algo em torno de 690 mil na média, por dia útil.
Ao todo, 22 km a mais de trilhos na linha 11-Coral, com a extensão de dois trechos: de Luz até Barra Funda, uma obra sendo feita hoje pela CPTM, e na ponta da linha, que aí sim é o que importa para o Alto Tietê, de Estudantes até César de Sousa, em um trecho de cerca de 4 quilômetros.
A futura estação em César de Sousa, em Mogi, vai seguir na mesma faixa de domínio, que atualmente já é operada pela MRS, logo depois da Avenida Ricieri José Marcatto, segundo a SPI.
A passagem em nível que há no local será fechada e a própria Prefeitura de Mogi das Cruzes já tem um projeto de viaduto naquela região. A estação estará localizada logo após a atual passagem em nível.
Investimento: R$ 5,4 bilhões;
Expansão: 4 km — sentido Mogi das Cruzes;
Novas estações: Bom Retiro, Lajeado e César de Sousa;
Intervalo entre trens: 3 minutos no trecho entre Barra Funda e Suzano, e 6 minutos entre Suzano e César de Sousa;
Como ficará o trajeto?
Palmeiras – Barra Funda ➡ Bom Retiro ➡ Luz ➡ Brás ➡ Tatuapé ➡ Corinthians – Itaquera ➡ Dom Bosco ➡ José Bonifácio ➡ Guianeses ➡ Lajeado ➡ Antônio Gianetti Neto ➡ Ferraz de Vasconcelos ➡ Poá ➡ Calmon Viana ➡ Suzano ➡ Jundiapeba ➡ Braz Cubas ➡ Mogi das Cruzes ➡ Estudantes ➡ César de Sousa.
🚉 Linha 12 – Safira
Na linha 12-Safira, hoje a CPTM transporta mais ou 230 mil passageiros, na média, por dia útil e a gente está prevendo um incremento de demanda para mais de 400 mil passageiros, na média, por dia útil.
Na linha 12, a previsão é de extensão de Calmon Viana até Suzano, com cerca de 3 quilômetros.
Investimento: R$ 3,2 bilhões;
Expansão: 2,7 km — sentido Suzano;
Nova estações: Cangaíba;
Intervalo entre trens: 3 minutos e 25 segundos;
Como ficará o trajeto?
Brás ➡ Tatuapé ➡ Gabriela Mistral* ➡ Cangaíba ➡ Engenheiro Goulart ➡ USP Leste ➡ Comendador Ermelino ➡ São Miguel Paulista ➡ Jardim Helena – Vila Mara ➡ Itaim Paulista ➡ Jardim Romano ➡ Engenheiro Manoel Feio ➡ Itaquaquecetuba ➡ Aracaré ➡ Calmon Viana ➡ Suzano.
*A ser construída pelo Metrô.
O que são PPPs?
As Parcerias Público-Privadas (PPPs) são um tipo de concessão de um bem e/ou serviço público. O parceiro privado executa uma obra e presta o serviço, sendo remunerado pelo poder público ao longo do tempo.
As PPPs podem ser pagas inteiramente pelo Estado ou numa combinação Estado + tarifa cobrada dos usuários. Não há cobrança de outorga para arrematar o projeto.
Já numa concessão pura, modelo que vinha sendo usado para rodovias e aeroportos, por exemplo, o ente privado paga uma outorga e é remunerado exclusivamente pela tarifa cobrada dos usuários.
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