Agência diz que ‘trajetória sombria’ na RD Congo se tornou crise esquecida

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Mais de 28 milhões de pessoas estão enfrentando fome severa na República Democrática do Congo, o maior número já registrado no país e um salto de 10% desde setembro.

A segunda maior nação da África também registra um recorde histórico no número de pessoas deslocadas. Mais de 7,8 milhões fugiram de suas casas devido à instabilidade social e ao conflito no leste do território.

Necessidade por “forte ação coletiva”

Milhares de pessoas se refugiaram em países vizinhos.

O chefe regional do Programa Mundial de Alimentos (PMA) apelou por uma “forte ação coletiva” nos níveis nacional, regional e internacional para “reverter uma trajetória sombria”.

Falando da cidade de Goma, Eric Perdison pediu uma colaboração mais forte entre as autoridades relevantes e os profissionais humanitários que operam na região.

Para ele, a RD Congo tem sido uma crise esquecida há muito tempo, por isso é tão importante que a comunidade internacional defenda a população do país e atenda suas necessidades.

Soldados de paz da ONU em ação após ataque da Codeco na RD Congo (Foto: Monusco/WikiCommons)
Risco de suspensão da ajuda

Apesar das estradas precárias, do perigo ligado ao conflito e do alto fluxo de deslocados, o PMA conseguiu fornecer assistência alimentar e nutricional a mais de um milhão dos congoleses este ano.

Porém, com a escassez de recursos, a agência pode ser forçada a suspender em questão de semanas o apoio a cerca de metade das pessoas que hoje são beneficiadas.

A cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte, que foi tomada pela violência no início deste ano. Semanas de combates violentos fecharam bancos e escolas, impediram os agricultores de plantar e elevaram os preços dos produtos básicos.

Atualmente, lojas e escolas estão reabrindo e algumas pessoas deslocadas pelo conflito estão voltando para casa. Perdison afirma que o local experimenta uma “calma precária”.

Agência precisa de US$ 433 milhões

Quase oito milhões de pessoas enfrentam fome aguda nas quatro províncias orientais do país, Kivu do Norte e do Sul, Ituri e Tanganica, um salto de 21% desde dezembro. Outros 2,3 milhões estão experimentando níveis emergenciais de fome, ou IPC 4, o segundo nível mais alto de insegurança alimentar.

Para o PMA e parceiros, mitigar a atual crise da RD Congo é apenas um primeiro passo. Para o diretor regional da agência, o objetivo de longo prazo deve ser trabalhar em direção ao desenvolvimento sustentável, o que segundo ele, requer a adesão do governo e de todos os atores envolvidos.

O PMA precisa urgentemente de US$ 433 milhões para sustentar as operações de emergência até outubro de 2025. Sem financiamento adicional, a assistência pode ser suspensa para mais da metade dos necessitados.

O post Agência diz que ‘trajetória sombria’ na RD Congo se tornou crise esquecida apareceu primeiro em A Referência.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.