Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News
Mais de 28 milhões de pessoas estão enfrentando fome severa na República Democrática do Congo, o maior número já registrado no país e um salto de 10% desde setembro.
A segunda maior nação da África também registra um recorde histórico no número de pessoas deslocadas. Mais de 7,8 milhões fugiram de suas casas devido à instabilidade social e ao conflito no leste do território.
Necessidade por “forte ação coletiva”
Milhares de pessoas se refugiaram em países vizinhos.
O chefe regional do Programa Mundial de Alimentos (PMA) apelou por uma “forte ação coletiva” nos níveis nacional, regional e internacional para “reverter uma trajetória sombria”.
Falando da cidade de Goma, Eric Perdison pediu uma colaboração mais forte entre as autoridades relevantes e os profissionais humanitários que operam na região.
Para ele, a RD Congo tem sido uma crise esquecida há muito tempo, por isso é tão importante que a comunidade internacional defenda a população do país e atenda suas necessidades.

Risco de suspensão da ajuda
Apesar das estradas precárias, do perigo ligado ao conflito e do alto fluxo de deslocados, o PMA conseguiu fornecer assistência alimentar e nutricional a mais de um milhão dos congoleses este ano.
Porém, com a escassez de recursos, a agência pode ser forçada a suspender em questão de semanas o apoio a cerca de metade das pessoas que hoje são beneficiadas.
A cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte, que foi tomada pela violência no início deste ano. Semanas de combates violentos fecharam bancos e escolas, impediram os agricultores de plantar e elevaram os preços dos produtos básicos.
Atualmente, lojas e escolas estão reabrindo e algumas pessoas deslocadas pelo conflito estão voltando para casa. Perdison afirma que o local experimenta uma “calma precária”.
Agência precisa de US$ 433 milhões
Quase oito milhões de pessoas enfrentam fome aguda nas quatro províncias orientais do país, Kivu do Norte e do Sul, Ituri e Tanganica, um salto de 21% desde dezembro. Outros 2,3 milhões estão experimentando níveis emergenciais de fome, ou IPC 4, o segundo nível mais alto de insegurança alimentar.
Para o PMA e parceiros, mitigar a atual crise da RD Congo é apenas um primeiro passo. Para o diretor regional da agência, o objetivo de longo prazo deve ser trabalhar em direção ao desenvolvimento sustentável, o que segundo ele, requer a adesão do governo e de todos os atores envolvidos.
O PMA precisa urgentemente de US$ 433 milhões para sustentar as operações de emergência até outubro de 2025. Sem financiamento adicional, a assistência pode ser suspensa para mais da metade dos necessitados.
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