
Ato acontece neste sábado (17), e celebra o legado de Nise da Silveira e Ivone Lara pela saúde mental no Brasil. Dia da Luta Antimanicomial é celebrado neste domingo (18)
Divulgação/ Lethicia Galo
Neste sábado (17), um cortejo pelo Dia Nacional da Luta Antimanicomial, comemorado neste domingo (18), encerra a mostra Ivone & Nise: Mulheres em Espiral. Os participantes dão início a concentração a partir das 10h, no Largo do Rosário. O cortejo será tomado por música, expressões artísticas e cartazes.
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Regado de cuidado, arte e mobilização social a mostra Ivone & Nise: Mulheres em Espiral realizou rodas de samba e conversa, saraus, discotecagem, grupos de estudo e oficinas inspiradas pelas histórias de Ivone Lara e Nise da Silveira, que eram conectadas pela arte e saúde mental. (saiba mais abaixo)
Com objetivo de resgatar e celebrar o legado da parceria das mulheres pela saúde mental do Brasil, o projeto está em sua 3ª edição.
Uma das atividades do projeto foi a oficina luta antimanicomial em voz e gesto que buscou por meio da música, da arte e da cultura, melhorar a saúde mental dos atendidos pelo Centro de Convivência e Cooperativa (Cecco), em seis encontros que serviram para planejar os cartazes, faixas e músicas para o cortejo.
“Entendo a oficina como uma atualização do legado da dupla (Ivone e Nise) por conta das práticas que propomos, especificamente para pessoas usuárias de um dos equipamentos de saúde mental que compõe a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) , fruto da luta antimanicomial que, por sua vez, é fruto do trabalho de Nise da Silveira e Ivone Lara”, destacou Mariana Da Matta, uma das idealizadoras da mostra.
Ivone Lara e Nise da Silveira
Ivone Lara e Nise da Silveira foram pioneiras na luta antimanicomial no Brasil
Divulgação/ Lethicia Galo
Segundo Mariana, antes de se tornar uma das maiores sambistas do país em 1940, a então enfermeira, terapeuta ocupacional e assistente social Ivone Lara compôs a equipe da médica psiquiatra Nise da Silveirano Hospital do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro.
Juntas elas foram pioneiras em desenvolver atividades que transformaram o tratamento de pessoas com sofrimento psíquico no país, como substituir lobotomias e eletrochoques por ateliês de pintura e aulas de música.
O Dia Nacional da Luta Antimanicomial é um dos resultados desse legado. A data marca uma importante reflexão sobre as conquistas do movimento que teve início no final da década de 70 com Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) e que teve Nise da Silveira como uma das principais peças, já que realizou uma série de ações em prol de pessoas com sofrimento psíquico.
“Ao longo dos encontros refletimos sobre o movimento social enquanto cantamos canções de Dona Ivone, realizamos práticas de escuta coletiva e de expressão por meio de criações manuais”, disse a idealizadora.
Movimento da Luta Antimanicomial
Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, o movimento se caracteriza pela luta pelos direitos das pessoas em sofrimento mental, um combate à ideia de que se deve isolar uma pessoa nesta situação.
“A Luta Antimanicomial é um movimento fundamental que, por meio da Reforma Psiquiátrica, foi responsável pelo fechamento de manicômios, pela criação de equipamentos públicos de assistência em saúde mental em liberdade, e que conquistou direitos muito importantes para a população, sobretudo para pessoas em sofrimento psíquico e/ou com transtornos mentais”, informou Mariana.
O Movimento lembra que toda pessoa tem o direito fundamental à liberdade e de viver em sociedade. Além disso, o direito de receber cuidado e tratamento sem que tenha que abrir mão de seu lugar como cidadão.
“Como todas as lutas sociais, a Luta Antimanicomial é permanente e sua trajetória não nos deixa esquecer de trabalhar pela manutenção dos direitos conquistados e pelo seu avanço diante de questões atuais”, completou a organizadora do projeto.
*estagiária sob a supervisão de Gladys Peixoto
Ação une a população nas ruas para celebrar os avanços da Reforma Psiquiátrica no Brasil
Divulgação/ Lethicia Galo
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