Projeções apontam 52 milhões sob risco de fome na África Ocidental e Central

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) soou o alarme para a situação da fome na África Ocidental e Central, onde milhões de pessoas estão chegando ao nível emergencial, classificado como IPC4.

A região sofre com deslocamentos, conflitos persistentes, deterioração econômica e condições climáticas extremas.

Dez milhões fugiram de conflitos

Uma análise de segurança alimentar revela que mais de 36 milhões de pessoas estão com dificuldades para cobrir necessidades básicas de alimentação e nutrição.

O número deve subir a mais de 52 milhões de junho a agosto, a estação de escassez. Isso inclui quase três milhões de pessoas em condições de emergência e 2,6 mil pessoas no Mali em risco de fome catastrófica, o nível IPC5.

Os conflitos forçaram mais de 10 milhões de pessoas a fugirem de suas casas, incluindo 2,4 milhões de refugiados e requerentes de asilo, em países como Chade, Camarões, Mauritânia e Níger.

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Mulher recebe alimentos em Minkammen, no Sudão do Sul (Foto: UN Photo)
Alta do preço dos alimentos

Quase 8 milhões foram deslocados internamente, principalmente Nigéria e Camarões.

Muitos perderam seus meios de subsistência, fugindo de fazendas e pastagens em busca de comida e abrigo.

A inflação, exacerbada pelo aumento dos custos dos alimentos e dos combustíveis, está elevando os níveis de fome em Gana, na Guiné e Costa do Marfim.

Os preços da comida continuam a subir na Nigéria, Chade, Níger e Camarões.

Por outro lado, o clima extremo, particularmente no Sahel Central, na Bacia do Lago Chade e na República Centro-Africana, afeta a capacidade das famílias de se alimentarem. Somente em 2024, as inundações afetaram mais de 6 milhões de pessoas em toda a região.

Redução da assistência por falta de financiamento

O PMA pretende alcançar quase 12 milhões pessoas na África Ocidental e no Sahel com assistência crítica e apoio nutricional.

Este ano, a agência já alcançou três milhões dos mais vulneráveis, incluindo refugiados, deslocados internos, crianças desnutridas menores de cinco anos,  mulheres e adolescentes grávidas ou amamentando.

Embora as necessidades humanitárias estejam em um nível histórico, os recursos para uma resposta eficaz estão abaixo do necessário.

A diretora regional do PMA para a África Ocidental e Central, Margot van der Velden, disse que sem financiamento imediato, a agência será forçada a reduzir ainda mais o número de pessoas alcançadas e o tamanho das porções alimentares distribuídas.

Ela ressaltou que comunidades estão sendo “forçadas a vender seus últimos bens e ficar sem comer em algumas refeições”.

Entre junho e agosto de 2024, os déficits de financiamento fizeram com que o PMA alcançasse apenas 7,3 milhões de pessoas no Sahel, 60% da meta pretendida pela organização, com muitos recebendo porções reduzidas.

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