Um ex-assessor de um influente deputado da extrema direita alemã no Parlamento Europeu foi formalmente acusado de espionagem para a China. Jian Guo, cidadão alemão, teria atuado como agente para um serviço de inteligência chinês, transmitindo informações confidenciais de negociações e decisões do Parlamento entre setembro de 2019 e abril de 2024, quando foi preso. As informações são da agência Associated Press (AP).
De acordo com o escritório do procurador federal, Guo também espionou dissidentes chineses que vivem na Alemanha. Preso desde sua captura, ele foi identificado publicamente apenas como Jian G., conforme as leis de privacidade do país. No entanto, seu ex-chefe, o parlamentar Maximilian Krah, já havia confirmado a identidade real anteriormente.

As investigações apontam que Guo teria entregado mais de 500 documentos ao serviço secreto chinês, incluindo materiais classificados como altamente sensíveis pelo Parlamento Europeu. Ele trabalhava para a inteligência chinesa desde 2002, segundo a acusação.
Guo também é suspeito de ter coletado informações sobre figuras de destaque do Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema direita do qual fazia parte. Ele foi preso no momento em que a sigla, da qual Krah é membro, enfrentava críticas crescentes por suas posições consideradas simpáticas à Rússia.
Apesar de o político ter prometido investigar o caso e negar qualquer irregularidade de sua parte, ele acabou banido das eleições para o Parlamento Europeu semanas depois, após declarar a um jornal italiano que nem todos os integrantes da SS nazista eram criminosos de guerra. Mesmo assim, Krah conquistou uma vaga no Parlamento alemão neste ano, em meio ao avanço histórico da AfD nas eleições nacionais.
Outra acusação semelhante envolve Yaqi X., cidadã chinesa que atuava em uma empresa de logística. Ela teria auxiliado Guo fornecendo dados sobre voos, cargas e passageiros no aeroporto de Leipzig, além de informações sobre o transporte de equipamentos militares e sobre pessoas ligadas a uma companhia alemã de armamentos.
Em resposta a denúncias sobre espionagem, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou no ano passado que relatos do tipo na Europa tinham como objetivo “difamar e suprimir a China”.
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