Ataques israelenses no Líbano continuam a matar civis, alerta escritório de direitos humanos da ONU

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News

As operações militares israelenses no Líbano continuam a ceifar vidas civis e a destruir infraestrutura vital, alertou o escritório de direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta semana, gerando alarme sobre as crescentes violações desde que um acordo de cessar-fogo entrou em vigor em novembro passado.

Pelo menos 71 civis foram mortos pelas forças israelenses no Líbano desde o cessar-fogo de 27 de novembro de 2024, de acordo com uma revisão inicial do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).  

Entre os mortos estão 14 mulheres e nove crianças. Mais de 92 mil pessoas continuam deslocadas pela violência.

Escalada recente

Em uma coletiva de imprensa em Genebra, o porta-voz do ACNUDH, Thameen Al-Kheetan, detalhou as recentes escaladas, incluindo um ataque a um prédio residencial nos subúrbios ao sul de Beirute em 1º de abril, que matou dois civis. A área ficava perto de duas escolas e sofreu danos extensos.

Dois dias depois, ataques aéreos israelenses destruíram um centro médico recém-inaugurado em Naqoura, no sul do Líbano, e danificaram ambulâncias estacionadas nas proximidades. Ataques adicionais entre 4 e 8 de abril teriam matado mais seis pessoas em cidades do sul do Líbano.

Além disso, desde o início do cessar-fogo, pelo menos cinco foguetes, dois morteiros e um drone foram lançados do Líbano em direção ao norte de Israel, segundo o Exército israelense. Dezenas de milhares de israelenses ainda estão supostamente deslocados do norte.

Destruição após ataque aéreo nos subúrbios do sul de Beirute em 20 de setembro de 2024 (Foto: Dar al Mussawir-Ramzi Haidar/Unicef)
Apelo para acabar com a violência

Al-Kheetan disse que os ataques israelenses desde o cessar-fogo atingiram repetidamente a infraestrutura civil, incluindo prédios residenciais, estradas e pelo menos um café.

“A violência deve parar imediatamente”, disse ele, enfatizando a obrigação de todas as partes de defender o direito internacional humanitário, incluindo os princípios de distinção, proporcionalidade e precaução.

Ele também pediu investigações rápidas e independentes sobre todas as supostas violações do direito internacional humanitário e pela responsabilização dos autores.

“Os civis devem ser protegidos, e as pessoas deslocadas, tanto no Líbano quanto em Israel, devem ter permissão para retornar em segurança”, disse Al-Kheetan. Ele também enfatizou a necessidade urgente de remover munições não detonadas do sul do Líbano para permitir o reassentamento seguro.

Respeite o cessar-fogo

Al-Kheetan reiterou ainda o apelo do alto comissário Volker Türk a todas as partes para que respeitem os termos do cessar-fogo e a resolução 1701 do Conselho de Segurança.

Adotada em agosto de 2006, a resolução 1701 exigia a cessação total das hostilidades entre o Hezbollah e Israel após a guerra de 34 dias. Também pedia a retirada das forças israelenses do sul do Líbano, o envio do exército libanês e o desarmamento de todos os atores armados não estatais no Líbano.

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