Oposição cresce na Hungria e desafia Viktor Orbán em meio a crise econômica

O centro de Budapeste foi tomado no domingo (13) por milhares de manifestantes que ouviram, com entusiasmo, o principal adversário do premiê Viktor Orbán nas eleições marcadas para o ano que vem. Péter Magyar, líder do partido Respeito e Liberdade (Tisza), usou o comício para prometer que, caso vença, vai conduzir a Hungria para fora do isolamento internacional e retomar os vínculos com aliados históricos, segundo a rede Associated Press (AP).

Orbán, no poder desde 2010, é criticado por ter afastado a Hungria da União Europeia (UE) e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), ao mesmo tempo em que se aproxima de regimes autoritários como Rússia e China.

As declarações de Magyar soam como uma resposta direta a essa guinada. “Nossa pátria, a Hungria, será novamente uma aliada orgulhosa e confiável da Otan. A Hungria será novamente um membro de pleno direito da União Europeia”, afirmou o candidato.

Péter Magyar, principal adversário do premiê Viktor Orbán na Hungria (Foto: Facebook/divulgação)

O partido Tisza vem ganhando força nas pesquisas e já aparece à frente do Fidesz, legenda de Orbán, impulsionado pela insatisfação popular com a estagnação econômica, a alta inflacionária e as denúncias de corrupção. Magyar tem apostado em um discurso centrado nas dificuldades cotidianas dos húngaros, como o colapso no sistema de saúde e a perda de poder aquisitivo.

Com maioria de dois terços no Parlamento desde que chegou ao poder, Orbán consolidou um controle quase absoluto sobre as instituições do país. Seu governo é acusado de enfraquecer a independência do Judiciário, sufocar a imprensa e desmontar estruturas democráticas — cenário que levou ao congelamento de recursos pela UE, no valor de € 22 bilhões.

No comício, o líder opositor também adotou um tom de ruptura. “Esse sistema não pode ser reformado, não pode ser consertado, não pode ser melhorado. Esse sistema só pode ser substituído, e é isso que faremos — de forma legal, democrática, mas com determinação, vamos derrubar o regime”, declarou.

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