Macron afirma que a França vai reconhecer Estado palestino ‘nos próximos meses’

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou na quarta-feira (9) que o país irá reconhecer oficialmente o Estado da Palestina “nos próximos meses”. A declaração foi dada durante entrevista à emissora France 5, na qual o líder francês indicou que a formalização do gesto deve ocorrer na conferência das Nações Unidas sobre o conflito Israel-Palestina, que será co-presidida por França e Arábia Saudita em junho. As informações são da rede Al Jazeera.

“Devemos caminhar para o reconhecimento, e faremos isso nos próximos meses”, disse Macron, ressaltando que a decisão não é motivada por pressões externas. “Não estou fazendo isso para agradar ninguém. Farei porque, em algum momento, será o certo”, acrescentou.

Presidente francês Emmanuel Macron promete reconhecer um Estado palestino (Foto: Kremlin/WikiCommons)

A mudança na política externa francesa representa um possível ponto de inflexão nas relações com Israel, que considera prematuras decisões unilaterais de reconhecimento. O ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar, reagiu com críticas: “Um ‘reconhecimento unilateral’ de um Estado palestino fictício, por qualquer país, na realidade que todos conhecemos, será um prêmio para o terror e um impulso ao Hamas.”

Apesar do posicionamento israelense, a Autoridade Palestina considerou a sinalização francesa um avanço. Para a ministra de Estado para Relações Exteriores da Palestina, Varsen Aghabekian Shahin, o gesto seria “um passo na direção certa em linha com a proteção dos direitos do povo palestino e da solução de dois Estados”.

Até o momento, 147 dos 193 membros da ONU já reconheceram a Palestina como Estado soberano. Em 2023, países como Irlanda, Noruega, Espanha, Jamaica e Trinidad e Tobago passaram a integrar essa lista. No entanto, nações influentes como EUA, Reino Unido, Alemanha e Austrália ainda resistem à mudança.

Macron também afirmou que a medida pode gerar uma “dinâmica coletiva” que leve países árabes, como Arábia Saudita e Irã, que ainda não reconhecem Israel, a se engajarem em acordos de reconhecimento mútuo. “Isso nos permitirá ser claros na nossa luta contra aqueles que negam o direito de existência de Israel, como é o caso do Irã, e nos comprometer com a segurança coletiva na região”, disse.

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