Enquanto o Kremlin repete declarações públicas sobre sua disposição para negociar a paz, satélites e analistas militares apontam na direção oposta. A Rússia está concentrando mais de 30 mil soldados nos arredores de Borova, no leste da Ucrânia, com o objetivo de lançar uma nova ofensiva de larga escala ainda em abril, de acordo com o site Euromaidan. A ação se somaria a outras conquistas recentes para fortalecer a presença russa na região, conforme cresce a expectativa por um cessar-fogo mediado pelos EUA.
Diferentemente das tropas compostas por voluntários ou prisioneiros alocados em outros setores, os militares posicionados nesta área são soldados contratados e bem treinados. Além de estarem sendo submetidos a treinamentos adicionais, eles devem atuar em conjunto com forças já posicionadas na linha de frente, o que garante à Rússia uma vantagem numérica de três para um sobre o Terceiro Corpo do Exército ucraniano.

O foco da operação russa é ampliar sua presença militar nas extremidades de ponte estratégicas do leste ucraniano. A expectativa é a de que, ao conectar esses pontos, as tropas russas consigam deslocar veículos blindados e equipamentos pesados, movimentação hoje limitada pelas estreitas margens ocupadas. Com isso, Moscou ainda cortaria as linhas de comunicação e isolaria completamente os defensores ucranianos.
Caso a manobra seja bem-sucedida, o único acesso logístico para Borova seria uma ponte controlada pela Rússia. Se os planos caminharem como foi estabelecido pelas tropas de Vladimir Putin, seria possível capturar todo o oblast de Donetsk entre 2025 e 2026.
As movimentações ocorrem em meio à frustração do presidente dos EUA, Donald Trump, com os adiamentos sucessivos de Moscou nas negociações diplomáticas. Washington ameaça impor tarifas de 50% sobre países que continuem comprando petróleo russo, enquanto o Senado norte-americano considera medidas ainda mais duras, com sanções secundárias de até 500%.
A Rússia, segundo analistas, estaria tentando conquistar o máximo de território possível antes de uma possível imposição de cessar-fogo. “Enquanto a Rússia afirma publicamente estar pronta para a paz, ela oculta suas verdadeiras intenções, criando uma cortina de fumaça diplomática para secretamente preparar uma ofensiva em grande escala”, aponta um trecho do relatório divulgado pelo canal de YouTube RFU News, que analisa a movimentação militar e inclusive tem correspondentes na frente de batalhas.
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