Piracicaba tem 300 chamados na fila para reparos na rede de água; demora gera queixa de moradores


Cidade tem índice de 54% de perdas d’água. Prefeitura promete zerar a fila de reparos em 90 dias, mas admite que também será necessário grande investimento na troca de redes. O Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae) de Piracicaba (SP) tem pelo menos 300 chamados para reparos na rede água que estão acumulados, sem soluções. Atualmente, as 21 equipes destinadas a esse serviço não conseguem atender a todos os casos de vazamento.
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De acordo com a autarquia, atualmente, o índice de perdas de água limpa é de 54%. Ou seja, mais da metade de tudo que é tratado fica pelo caminho e não chega na torneira da população.
O percentual é maior que o de cidades vizinhas. Veja alguns exemplos a seguir:
Campinas: 18,02% de perdas d’água
Limeira: 19,73%
Indaiatuba: 30%
Sumaré: 32,17%
Na região dos bairros Santa Teresinha e Vila Sônia, os vazamentos de água são constantes.
“Uns dois meses [já existe o vazamento]. Sem parar, a água tá indo para o ralo, e quem vai pagar essa conta é a gente. Eu acho um descaso com a gente, ser humano, porque a gente paga nossas conta em dia, e olha o que acontece aqui. Vai indo embora, sem parar […] Falta água na casa, vaza na calçada, e a gente fica madrugadas e manhãs sem água”, relata a manicure Aline Santos Alves.
Vazamento de água em rua de Piracicaba
Edijan Del Santo/ EPTV
No bairro IAA, o problema é o mesmo. E a queixa é a demora por solução.
“Uns dois meses [de vazamento], sem parar. Reclama [no Semae], e vem, e a mesma coisa acontece de novo […] Sempre está estourando bueiro, vazando água. Aqui mesmo, nesses dias atrás, tinha bastante. Agora, veio e consertou. Tinha que ser mais rápido [o conserto] porque aqui é um bairro que mora bastante gente”, conta a dona de casa Marizete Ribeiro Vieira.
“Tem dias que eu chego do serviço e tem nem água pra tomar banho. É falar o que para a prefeitura? A gente direto fica brigando, mas eles não tomam atitude”, lamenta a atendente de padaria Débora Elisa Rosário, que também mora na região do IAA.
Sistema está obsoleto, diz presidente do Semae
Um dos motivos pela demanda represada para consertos é a rede de água antiga, que não foi modernizada ao longo dos anos, segundo o presidente do Semae, Ronald Pereira.
“[As tubulações] são muito antigas e deveriam ter sido trocadas no passado, no decorrer dos anos, principalmente com a ampliação da cidade, o aumento de vazão nessas tubulações. Hoje, o que nós encontramos é um sistema obsoleto, necessitando urgentemente de reparos”, explica.
Água corre por via de Piracicaba
Edijan Del Santo/ EPTV
Por falta de equipe e equipamentos suficientes, a autarquia contratou uma empresa terceirizada para acabar com a fila de espera para reparos na rede. Por esses serviços, serão pagos R$ 11 milhões em dois anos.
“Nós contratamos essa empresa justamente para agilizar esses reparos, que faça toda a parte de mão de obra, equipamento e manutenção dessas redes, esses reparos, para que aumente a vazão, melhoria consequentemente no abastecimento de água para a população e diminuição das perdas também”, acrescenta Ronald.
Segundo ele, a previsão é de que em 90 dias não exista mais espera para solucionar esses tipos de problemas.
Também será necessário troca de redes
O presidente do serviço de saneamento garante que os reparos serão mais rápidos e ágeis. E que, diminuindo vazamentos, haverá mais água na rede.
Porém, admite que também será necessário um grande investimento para troca de redes.
“Temos que instalar aqui na cidade macromedidores, válvulas redutoras de pressão, e também efetivar, de uma vez por todas, a setorização da cidade, onde você consegue fazer reparos em algumas regiões de Piracicaba paralisando somente aquela região que está sendo feito reparo. Não em uma região maior, prejudicando a população com a falta d’água”, completa.
Quanto a esse investimento, a previsão é de que até o final do ano haja algumas ações, segundo o presidente da autarquia.
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